segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Tiroteio em São Conrado tira vida de uma mulher e causa pânico no RJ

Rio - Uma mulher morreu e sete pessoas ficaram feridas - entre elas, três policiais militares - depois de um intenso tiroteio nas ruas de São Conrado, nas proximidades da Favela da Rocinha, na Zona Sul. A troca de tiros teve início por volta das 8h com o encontro de traficantes, que retornavam à Rocinha, com uma guarnição da Polícia Militar do 23º Batalhão (Leblon) - os bandidos voltavam de um baile funk.


Houve intenso tiroteio e na fuga uma mulher, identificada como Adriana Duarte de Oliveira dos Santos, foi baleada e morreu - seu corpo foi jogado na calçada. Em tentativa desesperada para escapar dos PMs, os bandidos armados com fuzis, pistolas e granadas, invadiram o Hotel Intercontinental, nas proximidades da favela, e fizeram 35 reféns, entre funcionários e hóspedes, na cozinha do estabelecimento.


Um grande esquema de segurança, com o apoio de helicópteros, foi armado pela polícia em volta do prédio.  Depois de uma hora de negociação com policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), o grupo foi libertado pelos bandidos, que se entregaram e foram presos. De acordo com a polícia, com o bando foram apreendidos oito fuzis, cinco pistolas, muita munição, três granadas e rádios de comunicação. A situação ficou tensa no bairro, com ruas interditadas e moradores com medo.


O governador Sérgio Cabral, candidato à reeleição, e José Serra, que concorre à presidência da República, falaram sobre o caso. Cabral preferiu exaltar o trabalho policial. Serra criticou a segurança na cidade.
"Importante destacar a ação da polícia. Firme, profissional e com efetividade. Não temos nenhuma ilusão, desde o primeiro dia de Governo, sobre o tamanho do nosso desafio. Mas temos a convicção de que estamos no caminho certo. Em breve, o povo do Vidigal e o povo da Rocinha estarão livres do poder paralelo", disse Cabral.


"Essa ação ousada do crime organizado com a invasão que aconteceu no Intercontinental, no Rio de Janeiro, mostra a necessidade daquilo que eu tenho dito, que o governo federal se jogue na luta pela segurança, que o presidente da República se jogue na luta pela segurança do nosso povo", comentou Serra.

Funcionários informaram que o hotel estava com uma lotação de 600 pessoas, mas que no momento da invasão, cerca de 40 hóspedes se encontravam no estabelecimento, que sediaria um evento de Odontologia neste final de semana. O time do Fluminense seguiria no início desta tarde para o hotel, onde faria sua concentração para a partida de amanhã, contra o Vasco, pelo Campeonato Brasileiro.

Inalva Maria de Jesus, mãe de um dos bandidos que invadiram o hotel, foi chamada pela polícia para ajudar nas negociações. Ela entrou no hotel para conversar com o filho e saiu bastante nervosa e chorando muito.


A mulher morta tinha mandado de prisão expedido pela Justiça pelo crime de associação para o tráfico. De acordo com a polícia, ela fazia parte do bando que seguia para a Favela da Rocinha e seria responsável pelas finanças do comércio de entorpecentes na comunidade.

Policiais tiveram que quebrar a porta de vidro de uma agência de carros, no final da rua, para se proteger da intensa troca de tiros. Três policiais e dois moradores foram baleados e estão internados no Hospital Miguel Couto, na Gávea, mas nenhum dos casos inspira maiores cuidados. Um outro homem atingido por disparo de arma de fogo deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Rocinha, mas foi transferido para um hospital não informado, divulgou a Secretaria Municipal de Saúde.




Um PM identificado apenas como sargento Genilson levou um tiro na mão.  Outro sargento, José Raminha Paiva Melo, foi baleado no joelho.  O cabo Renato Monteiro Cunha, de 32 anos, sofreu ferimento no braço e soldado Washington Rodrigues Silva, de 29 anos, levou um tiro na mão. 



Entre os civis, há um caso de tiro de raspão na cabeça e um mecânico identificado como Juarez Barbosa Soares, de 46 anos,  que estava trabalhando nas proximidades acabou baleado no braço.


Moradores em pânico


Moradores afirmam que o clima foi de pânico nas ruas próximas à favela da Rocinha e ao Shopping Fashion Mall. Segundo os relatos, bandidos estariam atirando em direção à favela e roubando veículos nas imediações do Hotel Nacional. Moradores tentaram fugir dos disparos deitando no chão. Passageiros de ônibus que passavam pelo local desceram dos veículos com medo de balas perdidas.




No microblog Twitter, o cientista político Luiz Eduardo Soares resumiu a situação, em seu Twitter: "Estou no Afeganistão? Não, sou repórter de guerra na Zona Sul do Rio de Janeiro. Se moradores dos prédios estão assustados, imagino na Rocinha".



Os túneis Zuzu Angel e Acústico, na Gávea, ficaram fechados por causa do tiroteio, mas o trânsito já foi liberado pela CET-Rio. Assustados, muitos motoristas voltaram de marcha-ré. Outros abandonaram o carro na pista e saíram correndo.



Traficantes Presos pela PM
 
Traficante Nem estaria em festa no Vidigal


Relatos de moradores do Morro do Vidigal apontam para a presença do traficante Nem, da Rocinha, em uma festa que acontece todas as sextas-feiras na Avenida João Goulart, uma das principais da comunidade. O bandido teria saído do local por volta de 7h30 deste sábado e teriam obrigado motoristas de van a levá-los para a Rocinha.

NOTA GRN: Cenas como essa são frequentes na periferia do Rio de Janeiro, mais torna-se noticia internacional e de interesse das autoridades quando acontece em um bairro como São Conrado onde residem pessoas da elte local. Isso acontece em todos os locais do Brasil, que demonstra cada vez  mais em público que a realidade daqui é a diferença entre as classes econômicas e sociais. 

Fonte: O dia com nota e modificações GRN
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