A Justiça decretou a prisão temporária de quatro policiais militares acusados de ter sequestrado dois jovens e matado um deles na noite de quarta-feira na Penha, zona norte do Rio. A denúncia foi feita pelo sobrevivente, amigo da vítima, que disse ter conseguido fugir dos suspeitos, identificados como agentes do 16º Batalhão da Polícia Militar (Olaria, na zona norte).O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil, com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar. A PM afirmou, em nota, que as acusações "causam indignação", que o caso será apurado com rigor e, se a participação dos dois soldados e dois cabos no crime for comprovada, eles serão expulsos da corporação.
De acordo com as informações do sobrevivente, que não foi identificado, ele e Marcílio de Souza Silva, de 24 anos, estavam em uma moto nos arredores da favela Vila Cruzeiro quando foram abordados pelos policiais. Os agentes teriam roubado dinheiro, celulares e documentos dos jovens e os levado numa viatura até Parada de Lucas, também na zona norte, onde foram entregues a traficantes rivais dos criminosos que dominam a Vila Cruzeiro.
Ainda segundo o depoimento, os rapazes foram recebidos a tiros pelos bandidos e fugiram, mas foram novamente cercados pelos PMs. A testemunha disse que conseguiu escapar e se escondeu na mata por três horas. Marcílio teria sido recapturado pelos policiais. A família registrou o desaparecimento do rapaz na 22ª Delegacia de Polícia, na Penha. O corpo foi encontrado na manhã de quinta-feira, no mesmo bairro, baleado e com as mãos amarradas. A moto em que os jovens estavam não foi encontrada.
A viúva de Marcílio, com quem ele tinha um filho de 2 anos, disse que o jovem trabalhava como caixa em uma farmácia, no Recreio dos Bandeirantes, e estava de licença médica para tratamento de diabetes. Ela preferiu não revelar seu nome. O amigo acredita que os PMs os confundiram com traficantes da Vila Cruzeiro. Ele disse à polícia que é morador da Cidade de Deus, na zona oeste.
Os dois cabos e dois soldados suspeitos do crime ficarão presos administrativamente no Quartel-General da PM.
Fonte: Estadão
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