domingo, 21 de fevereiro de 2010

PMs são acusados de roubar e executar jovem

Por: Bruno Boghossian


A Justiça decretou a prisão temporária de quatro policiais militares acusados de ter sequestrado dois jovens e matado um deles na noite de quarta-feira na Penha, zona norte do Rio. A denúncia foi feita pelo sobrevivente, amigo da vítima, que disse ter conseguido fugir dos suspeitos, identificados como agentes do 16º Batalhão da Polícia Militar (Olaria, na zona norte).

O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil, com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar. A PM afirmou, em nota, que as acusações "causam indignação", que o caso será apurado com rigor e, se a participação dos dois soldados e dois cabos no crime for comprovada, eles serão expulsos da corporação.

De acordo com as informações do sobrevivente, que não foi identificado, ele e Marcílio de Souza Silva, de 24 anos, estavam em uma moto nos arredores da favela Vila Cruzeiro quando foram abordados pelos policiais. Os agentes teriam roubado dinheiro, celulares e documentos dos jovens e os levado numa viatura até Parada de Lucas, também na zona norte, onde foram entregues a traficantes rivais dos criminosos que dominam a Vila Cruzeiro.

Ainda segundo o depoimento, os rapazes foram recebidos a tiros pelos bandidos e fugiram, mas foram novamente cercados pelos PMs. A testemunha disse que conseguiu escapar e se escondeu na mata por três horas. Marcílio teria sido recapturado pelos policiais. A família registrou o desaparecimento do rapaz na 22ª Delegacia de Polícia, na Penha. O corpo foi encontrado na manhã de quinta-feira, no mesmo bairro, baleado e com as mãos amarradas. A moto em que os jovens estavam não foi encontrada.

A viúva de Marcílio, com quem ele tinha um filho de 2 anos, disse que o jovem trabalhava como caixa em uma farmácia, no Recreio dos Bandeirantes, e estava de licença médica para tratamento de diabetes. Ela preferiu não revelar seu nome. O amigo acredita que os PMs os confundiram com traficantes da Vila Cruzeiro. Ele disse à polícia que é morador da Cidade de Deus, na zona oeste.

Os dois cabos e dois soldados suspeitos do crime ficarão presos administrativamente no Quartel-General da PM.

Fonte: Estadão
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