sábado, 25 de setembro de 2010

Laudo confirma tortura em preso de Alcaçuz que morreu em hospital

Exame necroscópico comprovou que André Wagner teve unhas arrancadas, apresentou sangramento no ânus e 51 queimaduras espalhadas pelo corpo.


A morte de André Wagner da Silva, de 30 anos, ganhou mais um capítulo nesta quinta-feira (23). O laudo final do Instituto Técnico Científico de Polícia (Itep) confirma sinais de torturas no preso, como unhas arrancadas, sangramento no ânus e 51 queimaduras espalhadas pelo corpo.

No dia 23 do mês passado, o portal Nominuto.com havia publicado matéria em que a declaração de óbito já apontava pancada na cabeça, por ação de objeto contudente.

André Wagner estava detido em Alcaçuz desde o dia 1º de julho. Ele matou a mulher e arrancou a cabeça dela, no Santarém, na Zona Norte de Natal. No dia 14 de agosto, o preso deixou a penitenciária estadual com uma suposta infecção e deu entrada no Hospital Santa Catarina.

Naquele dia, André Wagner estava bastante debilitado e foi preciso um UTI móvel para fazer a transferência. A direção de Alcaçuz afirmou que ele não foi espancado e que, realmente, apresentava fraqueza na saúde há alguns dias.

No hospital, o preso ficou internado com infecção generalizada. Mas, depois da morte, o Itep constatou inicialmente que ele morreu vítima de edema e hemorragia intracraniana provocada por uma ação contundente. Isso quer dizer que ele foi vítima de alguma pancada na cabeça.

Passado um mês, o resultado mais detalhado da perícia realizada no corpo ficou pronto e constatou:

1. Três extensas áreas de queimaduras do 1º, 2 e 3º grau, tendo a maior delas foram triangular, abrangendo as regiões mamárias direta, hipocôndrio direito e região infra umbilical esquerda.
2. Queimaduras do 1º e 2º graus na mão direita.
3. Queimadura do 2º e 3º graus do 3º, 4º e 5º grau quirodáctilos (dedos) direitos, ausência de unhas do 4º e 5º quirodáctilos.
4. Queimaduras do 1º grau abrangendo o contorno anterior do terço distal da coxa direita.
5. Queimaduras do 1º e 2º graus, abrangendo joelho esquerdo.
6. Lesão ulcerada medindo 45cm de comprimento, por 30 mm de largura, disposta em sentido, abrangendo o contorno lateral do terço proximal da perna esquerda.
7. Cinquenta e uma queimaduras, arredondadas em vários estágios de cicatrização, como crostas serosas, purulentas ou sero-hemorrágicas, medindo em média, cada, 6cm de diâmetro, distribuídas no dorso,membros superiores e inferiores.
8. Esquimose de coloração violácea, abrangendo o flanco esquerdo.
9. Sangramento reto discreto.
10. Edema de bolsa escrotal.
11. Queimadura do 3º grau abrangendo o 1º e 2º pododáctilos direto, o dorso e o contorno medial do pé direito.

O laudo necroscópico do Instituto Técnico-Científico de Polícia, de número 01.01069.08/10, é assinado por Manoel Virgulino Silva Filho e pela perita Maria Lucemere Mota Rolim.

Inquérito policial
A morte de André Wagner levantou preocupação também por parte do Ministério Público. O promotor da comarca de Nísia Floresta, Rafael Galvão, instaurou um inquérito policial para investigar o caso.

Ele visitou a penitenciária de Alcaçuz e ouviu depoimentos dos agentes e policiais que trabalham na unidade. As versões apresentadas por eles, de acordo com o MP, foram diferentes das noticiadas.

Por esse motivo, o promotor de Nísia Floresta determinou a abertura do inquérito policial para investigar as divergências de informação.

Fonte: Nominuto

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