CUIABÁ - Vinte e duas pessoas foram indiciadas pela morte do soldado da Força Nacional da Polícia Militar do Estado de Alagoas Abinoão Soares de Oliveira, ocorrida durante um curso para tripulantes de helicóptero, em Cuiabá. Na manhã do dia 24 de abril, Oliveira morreu e outros três policiais passaram mal em um treinamento de flutuação do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) na região de Manso.
No mês passado, a Polícia Civil de Cuiabá pediu a prisão de cinco policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar acusados de participação na morte.
De acordo com as informações da polícia, a atividade fazia parte do 4º Curso de Tripulante Operacional Multimissão (TOM-M) e tinha como objetivo capacitar os profissionais da segurança pública para atuar em aeronaves no atendimento de ocorrências policiais, de resgate, busca e salvamento, combate a incêndio, entre outras.
Os indiciamentos referentes ao Inquérito Policial Militar, anunciados nesta quarta-feira durante uma coletiva da Polícia Militar, estão relacionados aos crimes de homicídio culposo por imperícia, prevaricação, omissão e maus tratos.
" O indiciamento ocorreu porque alguns envolvidos excederam e outros porque viram a ação e não tomaram nenhuma atitude "
Um planejamento que pedia a indicação de instrutores para a realização do treinamento foi encaminhada ao Bope, onde os tenentes Carlos Evane Augusto e Dulcézio Barros de Oliveira foram designados para a função. No entanto, de acordo com as investigações, os tenentes responsáveis pelo curso não apresentavam a carga horária necessária que é de 240 horas.
Segundo o comandante geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Osmar Lino Farias, coordenadores do Ciopaer e instrutores do Bope que estavam no local no dia do treinamento vão responder por homicídio culposo e omissão, já que viram o que estava acontecendo e não fizeram nada para impedir.
- O indiciamento ocorreu porque alguns envolvidos excederam e outros porque viram a ação e não tomaram nenhuma atitude - explicou o coronel.
O excesso apontado anteriormente pela polícia também foi confirmado. O coronel acrescentou ainda que somente a Justiça poderá decidir se haverá advertência ou expulsão dos instrutores que atuaram no curso. Por enquanto, os militares que participaram da ação estão afastados administrativamente.
Na investigação, os elementos que auxiliaram no processo foram as imagens extraídas pela perícia técnica e uma foto entregue pela mãe de Abinoão à polícia em que mostra um soldado registrando o treinamento. As fotos analisadas estavam em um computador da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Já o laudo pericial ainda não foi anexado ao processo e o resultado das investigações será encaminhado ao Ministério Público, que poderá pedir a prisão dos envolvidos.
Ainda faltam nove dias para o término do curso de tripulantes realizado pelo Ciopaer. De acordo com a Polícia Militar, o curso não vai ser suspenso, já que toda a equipe responsável pelo treinamento foi alterada.
Fonte: O Globo
Fonte: O Globo
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