O comerciante Luzanildo Firmino de Souza, 33, vai procurar hoje a Corregedoria de Polícia do RN. A denúncia é de que teria sido agredido verbal e fisicamente por dois policiais militares, identificados como Francisco Roger de Araújo e José Hilton Campos Gomes Barbalho, em Jucurutu, região Seridó, a 262km de Natal, na última sexta.
Luzanildo, que mora em Natal, relatou que estava na cidade do interior para entregar algumas encomendas a parentes. Dentro do carro, uma caminhonete D-20, o comerciante carregava cereais, margarina e sacos de batata-frita congelada. "Por volta das 9h, enquanto trafegava, percebi um carro me seguindo e continuei, com medo, pois comerciantes, ainda mais em carros D-20, são muito visados por ladrões". Luzanildo explicou que parou quando entrou na Rua Otávio Lamartine e acabou trancado por dois carros estacionados sobre a via.
De acordo com o comerciante, o veículo estava caracterizado, mas ele não havia percebido antes que era oficial em virtude de uma mudança na padronização dos carros. Segundo ele, os dois policiais o tiraram do carro a tapas. "Eles me chamavam de vagabundo e me davam várias tapas", reclamou Luzanildo. "Um estava fardado e o outro, à paisana. Um deles me apontou uma pistola na cabeça", disse.
"Quando os PMs pararam de me bater, o fiscal se aproximou e pediu as notas fiscais da minha mercadoria. Como eu não estava com elas, paguei uma multa de mais de R$ 500". Depois disso, de acordo com ele, mais policiais foram chamados e todos foram para a Delegacia de Polícia Civil de Jucurutu, onde Francisco Roger e José Hilton foram ouvidos, bem como o comerciante. Todos foram liberados. Luzanildo foi ao Itep de Caicó, onde fez exame de corpo de delito. Ele afirma ter três testemunhas a seu favor.
O tenente-coronel Cipriano, comandante do 6º Batalhão da PM, em Caicó, afirmou ter tomado conhecimento do caso. "Houve blitz e perseguição, e o comerciante, por estar com mercadoria sem nota, não parou", disse o comandante.
O delegado de Jucurutu, George Leão, informou que, por estar responsável, atualmente, por 12 delegacias, ainda não tomou conhecimento oficialmente do caso, mas que a denúncia será apurada.
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