sexta-feira, 14 de maio de 2010

ESTUPRADOR É RECONHECIDO POR TRÊS DE SUAS VITIMAS

Francisco 
Damião foi reconhecido por três vítimas 
Francisco Damião foi reconhecido por três vítimas


O medo de passar pela estrada carroçável que liga o centro de Extremoz aos conjuntos São Miguel Arcanjo e Riviera ainda não acabou, mas foi amenizado. Isso porque na noite de terça-feira, foi preso Francisco Damião de Souza, 43, acusado de ser o responsável por boa parte dos 12 estupros registrados nos últimos 15 meses na região. Damião negou ter cometido os abusos sexuais, mas  foi reconhecido por três vítimas como sendo o estuprador.
A prisão aconteceu após uma operação especial dos PMs do Batalhão de Extremoz em parceria com os policiais do Grupo Tático Operacional (GTO). Na ação, o acusado foi baleado na perna e no braço e, por isso, ainda está internado no Hospital Walfredo Gurgel, mas já fora de perigo. Um policial do GTO também foi ferido, de raspão, mas passa bem e foi liberado pelos médicos.

Damião já tem passagem na polícia pelo mesmo crime. Em 2005, ele foi condenado a quatro anos de prisão por ter abusado de uma adolescente em Macau e cumpriu pena na penitenciária estadual de Alcaçuz. Em setembro de 2008, conseguiu progressão da pena e entrou para o semi-aberto.

Em fevereiro de 2009 começaram a ser registrados os casos na estrada carroçável. Até abril deste ano, foram 12 registros, cinco tentativas e sete abusos consumados. “Aquela área é de difícil acesso, inclusive, para a Polícia Militar. São quase 2 km de estrada carroçável sem iluminação,  com mato e, por ser uma estrada de terra, nossa viatura também atolava nos dias de chuva. Quando foram feitos os últimos registros é que pudemos delimitar uma área menor em que ele atuava e fazer um patrulhamento mais efetivo”, explicou o comandante do Batalhão de Polícia Militar de Extremoz, o tenente Rodrigo Couceiro.

Operação

No dia 31 de abril foi feito o último registro de estupro em Extremoz - de uma moradora que foi abusada quando passava com o companheiro em direção ao conjunto Riviera, onde morava – e a PM pôde confirmar em qual trecho o estuprador preferia atuar. Então, o Batalhão começou a fazer um policiamento mais direcionado. Policiais do GTO passaram a fazer rondas e mapear os possíveis trechos de fuga utilizados pelo criminoso dentro do matagal. “Desde a segunda-feira (3) os policiais estão lá durante a noite, mas só na terça-feira percebemos uma movimentação estranha”, explicou o tenente.

Segundo o comandante do batalhão, os policiais ouviram passos de uma pessoa saindo de dentro do matagal para perto da estrada carroçável todas as vezes que alguém passava por lá. Contudo, só às 23h, quando um casal passou pelo local foi que os passos ficaram mais intensos. “Percebemos que ele começou a seguir esse casal e então nos preparamos para abordá-lo. No entanto, ele percebeu e tentou fugir, mas foi alcançado por um dos nossos policiais”, contou.

O policial do GTO que alcançou e entrou em luta corporal com o acusado de estupro foi Eudes Varela. Ele, inclusive, foi atingido de raspão no braço direito, enquanto Damião foi baleado na perna e no braço antes de ser imobilizado.

Acusações

Além dos 12 casos de estupro registrados em Extremoz, Francisco Damião de Souza é suspeito também de ter abusado de duas irmãs, uma de 14 e outra de 17 anos, em uma casa abandonada no bairro de Nova Cidade. “Estamos trabalhando em um retrato falado do responsável por esses abusos na zona Norte e vamos levar as duas adolescentes para fazer o reconhecimento, pois trabalhamos com a hipótese dele ter praticado também esse crime”, afirmou o delegado Elias Nobre.

No dia 13 de março, a PM já havia prendido um homem acusado de tentativa de estupro. Djanilton Patrício Teixeira, 23, foi acusado de tentar abusar de duas mulheres no mesmo trecho onde Damião foi preso na terça-feira. “Sempre fizemos questão de deixar claro que ele era suspeito de ter cometido apenas aquele caso, pois havíamos percebido algumas diferenças entre a forma como ele agiu e a forma que estávamos investigando”, afirmou o tenente Couceiro.

No entanto, por falta de provas ou de depoimentos que comprovassem a culpa, Djanilton foi liberado no início de abril - um mês depois de ser preso. “Nem as duas mulheres que foram vítimas da tentativa de estupro naquela noite confirmaram que era mesmo ele”, confirmou o chefe de investigação da Delegacia de Extremoz - nome preservado.

Além das investigações do estupros, a Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) investiga também os roubos de moto e os outros assaltos ocorridos na estrada que liga o conjunto São Miguel Arcanjo e Riviera.

Acusado tinha um revólver calibre 38

Com Francisco Damião de Souza, além de um revólver calibre 38 com três munições deflagradas, foram encontrados também uma máscara feita de papelão, duas camisas - um blusão cinza e uma camisa vermelha - e um fio de nailon. “A gente suspeita que esse material seria utilizado nos estupros”, explicou o tenente Couceiro.

Enquanto o acusado e o PM eram encaminhados para o hospital, o restante da equipe do GTO  seguiu para a casa onde Damião estava morando, localizada na rua Celestial, em Extremoz – o próprio acusado deu o endereço. Na residência, além da companheira de Damião, de nome não divulgado, os policiais encontraram também três capacetes de moto, cartões de terceiros e celulares. Alguns desses objetos, foram encontrados dentro da fossa. “Percebemos que ela estava dando muita descarga e decidimos abrir a fossa para ver o que era. Foi lá que encontramos celulares e cartões”.

A mulher de Damião disse não saber que o companheiro tinha envolvimento em novos estupros, apesar de saber que ele já havia sido preso por isso. Ela confessou saber que ele estava cometendo pequenos furtos em Extremoz. “Ainda não há nada que confirme o envolvimento dela nesses casos, mas por precaução ela será acompanhada e não poderá se ausentar da cidade sem nos avisar”, afirmou o delegado-geral de Polícia Civil, Elias Nobre. 

Damião foi reconhecido por três vítimas em uma ação que contou com o apoio da delegada Antônia Deusa, da Delegacia da Mulher (DEAM). Na sala da enfermaria onde Damião está internado, no Walfredo Gurgel, foram colocados outros sete apenados, todos deitados em macas. Uma por vez e com o rosto e o corpo cobertos por uma bata branca, as vítimas entravam na enfermaria para fazer o reconhecimento.

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