quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Após exame de fio de cabelo, acusado de matar Maisla reafirma inocência

Está pronto o laudo com o resultado do DNA do fio de cabelo encontrado na casa do ambulante Osvaldo Pereira dos Santos, acusado de ter matado e esquartejado a estudante Maisla Mariano dos Santos, 11, no dia 12 de maio deste ano. O laudo contendo o resultado do exame foi entregue na manhã de ontem, através de malote direcionado ao juiz Rosivaldo Toscano, titular da 2ª Vara Criminal do Fórum Varela Barca, na zona Norte da capital. Até o início da noite de ontem, o magistrado não havia recebido o malote. Rosivaldo solicitou o exame para saber se o fio de cabelo pertence ou não a Maisla.




O resultado pode mudar os rumos do processo que tramita em segredo de justiça e levar Osvaldo ao banco dos réus em um julgamento popular ou então ajudá-lo a se livrar das acusações que estão sendo impostas a ele pela família da vítima e algumas testemunhas do caso.

O laudo foi confeccionado em Salvador (BA) já que o Itep (Instituto Técnico-Científico de Polícia) do Rio Grande do Norte não realiza exame de DNA. De acordo com Luciana Aragão Costa, chefe de Medicina Legal do Itep foi solicitado prioridade para o exame. “Pedi que fosse priorizado para que o laudo ficasse pronto o mais rápido possível. Na semana passada enviamos o laudo do exame psicológico de Osvaldo para o juiz”.

No dia 12 de maio deste ano Maisla saiu de casa, em Igapó, zona Norte da capital para deixar o almoço no trabalho do pai. Não voltou mais para casa. No dia seguinte, partes do corpo da estudante foram encontradas em um terreno baldio no mesmo bairro. Maisla foi morta e esquartejada em 11 partes. A família da vítima atribuiu o crime a Osvaldo que, segundo parentes, teria matado a garota como forma de vingança contra a mãe da estudante.

Por outro lado, o legista alagoano George Sanguinetti foi contratado pela família do acusado para analisar o processo. Sanguinetti que trabalhou em casos de repercussão nacional e internacional teria encontrado falhas na perícia afirmando que não havia provas nos autos que pudessem incriminar o ambulante.

A reportagem da Tribuna do Norte entrou em contato com o legista. Sanguinetti voltou a afirmar que, nos autos processuais não constavam, até o momento em que ele analisou o processo, provas reais contra Osvaldo, no entanto, o legista diz que, caso o resultado do exame do fio de cabelo for positivo não poderá ir contra o laudo. “Se o DNA encontrado no fio de cabelo for mesmo da estudante, a prova é muito forte. Não tenho como contestar”.

Sanguinetti diz também que o exame é simples e já deveria estar pronto. “Não sei como só ontem foi concluído. Soube que o Itep do RN não tem profissional qualificado para realizar o exame, mas deveriam, pelo menos, verificar se o fio de cabelo era de uma criança ou de um adulto. Facilitaria o andamento do processo”, acredita. O legista diz ainda que o cabelo de uma criança tem 50 micras (milésima parte de um milimetro). “Esse tipo de exame até minha secretária sabe fazer”.

Para Sanguinetti, um advogado hábil reverte a situação. “Se eu fosse um advogado contestaria o resultado. Osvaldo teve a casa invadida pela população, antes da perícia, ou seja, a cena do “crime”, caso tenha existido, não é mais pura. Foi violada”. Sanguinetti diz que perdeu o contato com a família de Osvaldo já que teria sido contratado somente para analisar o processo, na época em que houve a primeira audiência. “Na casa do ambulante foram encontrados vestígios de sangue identificados com o luminol (substância líquida que identifica gotículas de sangue). “Mas não foi possível descobrir se o sangue era de animal ou de uma pessoa”.


Fonte: Tribuna do Norte

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