domingo, 19 de dezembro de 2010

Primeira UPP do RN pode ser em Mãe Luíza

O bairro de Mãe Luiza historicamente é um dos mais problemáticos para a segurança pública. Ao longo dos últimos anos, essa realidade chegou a mudar com a inclusão de projetos sociais e a violência diminuiu naquela região. No entanto, desde o mês passado, alguns criminosos tentam intimidar a população e até mesmo a polícia, renovando o sentimento de medo em torno das ladeiras de Mãe Luiza.

Agora, um trabalho de planejamento que vem sendo feito há algum tempo pela Polícia Militar do Rio Grande do Norte pode ser colocado em prática: a instalação do modelo de Polícia Pacificadora existente no Rio de Janeiro, adaptado as proporções da criminalidade e seu poder em Natal.

A ideia já foi confirmada pelo comandante da PM, coronel Francisco Canindé de Araújo. Ele afirma que policiais do Rio Grande do Norte participam de um estudo com os responsáveis pelas UPPs do Rio de Janeiro. O oficial da polícia potiguar não revela, no entanto, quais os bairros que receberiam um modelo de pacificação em Natal.

De acordo com Araújo, a não divulgação do planejamento da polícia faz parte do serviço de segurança. Mesmo assim, a possibilidade mais forte é que Mãe Luiza realmente seja o primeiro a receber Polícia Pacificadora.

Isso porque além do histórico de violência, o bairro é o que mais se aproxima da realidade de favelas do Rio de Janeiro, estando localizadas em morros e bem próximo de áreas consideradas “nobres” em Natal.


Foto: Elpídio Junior

Outro ponto que fortalece a necessidade de uma intervenção imediata em Mãe Luiza é a possível presença de organizações criminosas do eixo RJ-SP. Recentemente, a Polícia Militar foi acionada para uma ocorrência no bairro e se deparou com ameaças atribuídas ao Primeiro Comando da Capital, considerado hoje o grupo criminoso mais forte do Brasil, tendo sido fundado em São Paulo.

Na ocasião, os policiais do Batalhão de Choque encontraram paredes pichadas com as frases: “Senhores moradores, em dia de tiroteio, evitem sair de casa. Ass. PCC”. A PM apagou as pichações e disse que quem mandava lá era ela. A partir daí, o clima esquentou. Os criminosos, antes rivais do tráfico, chegaram a se unir e promoveram um “churrasco da paz”.

Nesse suposto encontro, eles uniram forças e criaram uma lista com o nome de pelo menos seis policiais que estariam marcados para morrer. Até mesmo um culto evangélico foi marcado entre os traficantes para acertar os detalhes da “lista negra”.

Foto: Elpídio Junior

Diante dessa situação, os moradores passaram a temer uma situação de guerra dentro de Mãe Luiza. Por esse motivo, o Comando do Policiamento Metropolitano realizou nesta semana uma reunião com os moradores, juntamente com a Polícia Civil.

Para o comandante do CPM, tenente-coronel Alarico Azevedo, não há motivo para pânico. Ele tentou acalmar os ânimos e afirmou que existe uma unidade de policiamento dentro do bairro, fazendo patrulhamento todos os dias. “Os policiais podem transitar aqui por dentro sem qualquer problema. Prova disso é que temos aqui integrantes da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) que, por andarem de moto, estariam mais vulneráveis à ação dos bandidos”, disse.

Foto: Melina França
Reunião entre moradores e a polícia, em Mãe Luiza.

Mesmo assim, o comando geral da PM chegou a determinar a transferência de alguns policiais que trabalhavam em Mãe Luiza. A medida é de precaução e não de “medo”, de acordo com os policiais. Com a necessidade dessa intervenção da Polícia Militar, a expectativa é que o processo de instalação das Polícias Pacificadoras se acelere em Natal.

Além de Mãe Luiza, outras regiões da capital sofrem com o domínio do tráfico de drogas, muitas delas na Zona Norte.
 
Fonte: Nominuto

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