quinta-feira, 11 de março de 2010

Gays da PM se dizem alvo de preconceito

A presença de homossexuais no serviço militar é alvo de críticas não somente nas Forças Armadas, mas também entre os que lidam diretamente com a população nas ruas: os integrantes das polícias militares. PMs gays afirmam que sofrem com o preconceito e, em alguns casos, preferem esconder a opção sexual.

Nesta quarta-feira (10), o Senado aprovou a indicação do general Raymundo Nonato Cerqueira Filho para o Superior Tribunal Militar (STM). Durante sabatina do Senado, no início de fevereiro, o general afirmou que a tropa não obedece a militar homossexual, o que gerou reações de diversas entidades, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de associações que defendem os direitos de homossexuais.

“Teve um professor uma vez que disse que homossexual não se deveria matar, mas se deveria colocar no pau de arara e dar uma surra. Peguei, me levantei, botei minha cadeira na frente da dele e disse: ‘muito me admira um professor usar uma sala de aula de ensino superior de segurança pública para fazer uma colocação infeliz dessa forma’. Aí quem não sabia ficou sabendo”, conta o tenente. Ícaro atualmente preside a entidade Adé Diversidade, que defende o direito dos homossexuais.

Oficial da PM, colocado em posição de comando desde a formatura na Academia, Ícaro Ceita também lamentou a declaração do general Cerqueira Filho que, após a sabatina, afirmou que não tinha intenção de ofender os homossexuais.

“A tropa sempre me respeitou muito. Essa colocação do general é totalmente equivocada. Se você tiver uma postura profissional, séria, a tropa respeita. Nunca fui oficial de ficar no ar condicionado. Sempre fui para a rua”, afirma Ceita.

Segundo o tenente, o preconceito vem com mais frequência entre os coronéis mais antigos, formados na época da ditadura, "e que infelizmente não acompanharam a evolução dos tempos”, afirma.

No momento, Ceita responde a dois processos de deserção. Segundo ele, as perseguições de um comandante o teriam levado a um quadro de depressão e ele se afastou do serviço amparado por atestados médicos.

“Ele me acusou de ter tido um caso com outro tenente da tropa, que também é homossexual, o que é uma grande mentira. Nós nunca tivemos nada, mas o comandante diz que eu fugi do serviço por causa disso. Eu não sou desertor. Eu não tenho nada com esse tenente. Eu sou vítima de uma perseguição”, afirma ele.

A Polícia Militar da Bahia informou que os processos a que Ceita responde não têm relação com a opção sexual, mas sim com sua conduta, que, segundo a PM, feriu o regimento interno. A assessoria de imprensa da corporação disse que não informaria qual foi a atitude porque o processo está em andamento. Ainda segundo a PM baiana, a corporação não age com preconceito nem discriminação em relação à opção sexual. 

Fonte: G1
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