A Suprema Corte dos Estados Unidos deteve na noite desta quarta-feira (24) a execução de um assassino condenado, menos de uma hora antes do cumprimento da pena. O adiamento ocorreu após apelos dos advogados de defesa e do Ministério das Relações Exteriores da França pela realização de novos exames de DNA.
Henry "Hank" Skinner alega que a realização de novos exames de DNA comprovaria que ele não cometeu o triplo assassinato na noite de Ano-Novo de 1993, pelo qual foi sentenciado à morte.
O porta-voz do departamento de Justiça do Texas, Jason Clark, revelou:
- [Skinner] disse que não esperava a suspensão, que acreditava que seria executado. [Ao saber da notícia], suas pernas tremeram, sentiu como se realmente tivesse vencido.
Skinner, de 47 anos, que atualmente é casado com uma ativista francesa contrária à pena capital, foi condenado em 1995 no Texas pelas mortes de sua namorada e dos dois filhos dela.
O Estado americano se recusou, mesmo às custas de Skinner, a realizar os testes de DNA que, segundo ele, comprovariam que não foi o autor dos crimes.
Durante o processo, a acusação comprovou a presença do acusado no local do assassinato, fato que ele não contesta. Skinner afirma, no entanto, que só uma terceira pessoa poderia ter dado os golpes, porque ele estaria desmaiado no momento dos crimes. A presença de um coquetel de ansiolíticos, de comprimidos contra a dor e de álcool em seu organismo havia sido confirmada em um exame de sangue.
Há dez anos, Skinner recebeu o apoio de um professor de jornalismo da Northwestern University que refez a investigação com seus alunos. David Protess se disse convencido de que testes de DNA livrariam o condenado de toda a culpa.
Mais cedo nesta quarta-feira, o embaixador da França em Washington fez contato com as autoridades texanas pedindo que a execução fosse suspensa. Tanto o presidente francês, Nicolas Sarkozy, quando o ministro das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, manifestaram apoio à esposa de Skinner, Sandrine Ageorges-Skinner.
"O presidente da República (Nicolas Sarkozy) e o ministro (das Relações Exteriores, Bernard Kouchner) declararam à sua esposa francesa, Sandrine Ageorges-Skinner, todo o apoio", diz nota do Quai d'Orsay, o ministério das Relações Exteriores francês.
Depois de passar 15 anos no corredor da morte, Skinner devia ter sido executado às 18h locais (20h de Brasília) desta quarta-feira, por meio de injeção letal.
O Texas executou 451 pessoas desde 1976, e os Estados Unidos liberaram 17 condenados já no corredor da morte nos últimos anos, graças a testes de DNA.
Copyright AFP - Todos os direitos de reprodução e representação reservados
fonte: R7
0 comentários :
Postar um comentário